Um amigo de longa data comentou hoje porque razão eu não permitia comentários no blog e, voltando à data de criação do blog, relembrei-me do sentimento que me ocorreu na altura e que remonta à obrigatoriedade de ler um texto para a turma inteira em 1985. Na altura respondi à professora: – Odeio tudo o que escrevo mas sou obrigado a escrever para poder odiar! Ela sorriu-me e eu lá li, em voz alta e para a turma inteira, a redacção que havia escrito para o concurso literário.
Resolvida a questão, com a abertura dos comentários, foco-me agora na dialéctica de fazer a mala. Depois da experiência grega, com início em 2015, aprendi que devemos consultar a meteorologia anual e não apenas aquela que nos espera – imediatamente me surge a ideia dos dias gélidos aguardando que a UPS me entregasse o caixote de roupa de inverno enviado de Portugal. O método está aperfeiçoado e, desta vez, sei que devo focar-me em roupas para o frio e não para as eventuais excepções de calor. Sonho com grandes caminhadas, brincadeiras com esquilos nos parques à volta do centro da cidade e uma visita a Edimburgo.
O coração bate forte pela partida – quero chegar, quero ver e eventualmente vencer. O mais importante é ter o mesmo grau de integração que tive em Atenas – onde hoje sei que tenho grandes amigos, de inúmeras nacionalidades, prontos a darem-me abrigo e carinho. Esse é o objectivo fundamental – cultivar o prazer de conhecer pessoas novas, dos mais diversos extratos socias, com as suas virtudes e defeitos.
Saturado de lições de vida mas consciente de que elas fazem parte daquilo que nos faz crescer. Não importa que os outros não cresçam mas sim o termos “egoísmo” suficiente para concluirmos que o importante somos nós e tudo o resto é paisagem – que pode (ou não) ser apreciada ou apenas vista pelo canto do olho e desprezada pela total falta de substrato.
Não ficaria bem não despedir-me, enquanto Espinhense, de todos os que, nesse local mítico e de tantas horas bem passadas, me acolheram com o mesmo carinho com que se despediram de mim no dia em que parti. Podemos ter saudades da praia, da esplanada, do sol, etc… mas são as pessoas que constroem e fazem evoluir esse sentimento a um nível tal que, ao consultarmos o nosso coração, vemos que há lá uma secção só deles. Obrigado.
… sempre achei, desde longa data, que tinhas uma pequena “falha”, mas, de igual forma, e quase intuitivamente, sempre pressenti que tinhas o coração no sítio certo.
E isso é tão valioso quanto raro.
Grande abraço, meu pequenino.
De longa data!
Cheers*
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A “falha” é o levar a vida a sorrir, independentemente das agruras típicas dela. O coração coloca-se conforme o retorno que tem dessa alegria! 🙂
Muito grato, sempre a bombar!
Um grande abraço e até logo.
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