Terapia de mar.

Após a madrugadora leitura, com um queque a servir de pequeno-almoço, desço a rua em direção ao mar. Ainda há poucos conhecidos e os existentes também estão demasiado ensonados para cumprimentar. Não se trata de má educação mas sim de um código secreto entre pessoas ensonadas.

Num trajecto sem curvas, e com a ânsia de um banho de mar como catalisador, rapidamente estou a apanhar as xanatas, a largar a tshirt de praia e, com o cuidado devido, a esconder o telemóvel e óculos dentro do chapéu. Um olhar cuidadoso, para ver a altura ideal para entrar, e eis-me salgado e fresquinho.

Com o livro do costume para estas situações, de tshirt vestida sobre o tronco molhado, confirmo que as mãos estão devidamente enxutas para desfolhar a obra e deixar a imaginação fluir. Um último momento para compor as peças todas e estou ao sabor de uma sombra que perpetuo no coração.

Rumo ao esquecimento – 30/7/2024