A onda de choque

Sentes, claramente e muito antes de acontecer, naquele primeiro momento em que os olhos se entrelaçam, que a onda de choque te vai atingir e, instintivamente, o teu corpo parece recuar perante um desejo que te impele! Há uma espécie de salto fantasma, que possivelmente só ocorre na tua imaginação (a expressão anterior carece de valor científico; não há provas factuais…a imaginação recusa-se a auto incriminar-se e o recurso aos tribunais está fora de questão!).

Avanço, com a confiança do Alex, no Madagáscar, pronto a ser lançado de uma carcaça de avião, pilotada por mamíferos superiores. O passo é seguro e, olhando à volta, pareces observar borboletas…exiges explicações à tua imaginação e tudo o que escutas são gargalhadas como resposta. Terá a primavera chegado mais cedo? Interrogas-te…e a imaginação envia o som de ainda mais gargalhadas…O cumprimento é comprido, duradouro, acariciador! A tua mente deixou de interrogar a imaginação e sorri com ela, como dois bons amigos, abraçados, a observar o desenlace.

É verde, a expressão que mais recordo dela, talvez sinónimo de uma beleza absolutamente arrebatadora. Um nariz perfeito, como que anunciando uns lábios que me chamam. Tremo de emoção perante o arrebatamento consentido, sei que dou por mim fixado nas expressões e, a qualquer momento, aguardo que entre uma qualquer polícia que nos prenda. Saberia descrever todos os detalhes que fui observando, principalmente quando sou sempre correspondido com igual atenção, finjo não saber o que sinto para, como resposta, ouvir uma duradoura e sonora gargalhada da imaginação.

O amor é uma democracia…deixem-me votar!!!!

O humilde narrador