A mala de viagem.

Com toda a parafernália electrónica a carregar – escova de dentes incluída – sucedem-se as notas mentais como forma de tentar não esquecer nenhum detalhe que, de alguma maneira ou feitio, coloque a maratona fotográfica em causa.

Baterias antecipadamente carregadas, cartões de memória previamente formatados e prontos a salvaguardar as imagens, máquina limpa de impurezas das recentes saídas citadinas, uma revisão final por todos os botões cujas novas funções estão memorizadas.

Roupa leve e larga para as caminhadas que são inevitáveis, uma última revisão pelas notas mais importantes do curso de fotografia, um sorriso de satisfação pelas pequenas mas muito satisfatórias conquistas, o desejo de captar o outono na sua plenitude.

O farnel separado para que esteja sempre acessível, a falta da garrafa de água para que haja uma desculpa para um primeiro café já em trânsito, um soluço de agonia pela hora de partida tão madrugadora. Um visualizar mental de tudo o que há a fazer e um inspirar profundo,  face a uma aventura que antevê como o exame final de um processo de aprendizagem.

Material todo embalado e organizado, um respirar fundo a fingir que ficou cansado, um sorriso matreiro semelhante ao dos putos – que sabem que partem para a conquista, com o mesmo espírito com que conquistamos o Brasil, muito embora procurássemos a Índia.

Falso esforço – 1/11/2024

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