O que pinga do céu.

Cada gota um pensamento e cada sucessão de gotas uma emoção que parte e não volta. A cadência da chuva é o martelo pneumático, que afunda pensamentos nefastos numa fossa mais profunda do que as Marianas. Selados pelo cinzento do céu que, na sua cor impenetrável torna impossível qualquer regressão, eis que o sorriso se impõe como a bonança após a tempestade.

As covinhas que substituem a falta de expressão, o brilho nos olhos – com a alegria de quem desvenda o futuro numa bola de cristal que só a imaginação permite existir – enquanto o corpo se adapta a toda uma aragem, que renova o estado de espírito, e faz o miocárdio bater mais forte e mais confiante. Disposto a contagiar o mundo com o seu abraço e a destruir tudo e todos que se lhe oponham.

Como um exterminador implacável, imbuído de alegria e boa vontade, rumando sem mapa e aceitando o destino como bússola. Recordando agruras, que se esbatem em gotas, e são constantemente substituídas por abraços das folhas verdes e castanhas que, não só representam a mudança de estação mas também são o catalisador de toda uma mudança emocional. Suspiros, de alegria. 

Saído da imaginação – 2/10/2024

Gotas, folhas e sentimentos.

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