Iniciado.

Já não recordava o caminho e a ideia que tinha dele era tão vaga que temia perder-me, caso ousasse fazer o percurso sem ajuda ou, com pelo menos um olhar para um mapa que me tranquilizasse na odisseia.

Falei com amigos da altura que me ajudaram com dicas que haviam memorizado, abri a aplicação de trilhos e marquei o caminho, com a soma das recordações de outrora e o que o mapa “aconselhava”.

A ideia de fazer um trilho num bosque urbano era algo trivial, quando éramos putos. A ideia de acamparmos, a poucos quilómetros de casa, era um misto de desafio e a emoção, que era tão forte que nos preparávamos como se se tratasse do fim do mundo.

A entrada foi fácil de encontrar, alguns percalços pelos quais paguei com atraso mas, no final, lá estava eu de frente para o rio, com a vista colocada onde outrora havia a corda de onde nos lançávamos, os mesmos cheiros, os mesmos ruídos e, acima de tudo, a mesma paz que o local sempre proporcionou.

Recordações de uma bicha com inúmeras cabeças – 10/9/2024

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