É óbvio que vejo quem entra, como se o blogue tivesse um olho mágico idêntico ao das portas. Tratando-se de um sítio público, e não carecendo de privacidade, são todos bem vindos e que desfrutem a leitura tanto quanto eu desfruto enquanto escrevo.
As vantagens de nada existir para esconder, o prazer de partilhar o que crio, a vantagem de não querer saber se o público gosta ou não porque simplesmente escrevo para mim, como se tratasse de um diário para memória futura, sem que exista um juiz, julgamento, acusação e/ou defesa.
Numa espécie de papel, onde não tenho nada a provar, vão caindo umas palavras que, quando a sorte as bafeja, ficam ordenadas, com um significado engraçado, quando muito. As letrinhas, como se fossem uma sopa, cozidas e ordenadas pela água fervida do acaso, numa mistura que só pretende saciar o autor.
Um papel que todos podem ler e imaginar o sentido sendo que o real significado se perde na imaginação de cada um dos leitores. Uma amálgama que visa preencher uma cárie inexistente e que apenas colmata a desvitalização que a imaginação julga existir.
Um exercício do imaginário, que julgamos ser real mas que, quando aspirando a senti-lo com o tacto, constatamos que não é palpável, sem deixar de continuar a imaginar a sua existência. Aspirando a ser um deus no uso da palavra quando sabemos que ser mortais é o máximo a que podemos aspirar.
Como tu – 11/7/2024
