Inocentemente colocando palavras, entre ideias formadas por conjuntos de palavras, denominadas frases. Com o mesmo intuito de um agente secreto que, sem que ninguém o detecte, coloca uma arma secreta, pronta a executar o inimigo, sem que alguém sequer desconfie que ele esteve presente.
Com o mais real dos cenários a servir de ficção para, na realidade, atingir os fins a que se propôs. Imbuído de uma personalidade de 007, coadjuvado pelo melhor dos cientistas e das melhores ferramentas secretas que eles providenciam, dedilhando o teclado enquanto vai corando com o conteúdo que o ecrã vai revelando.
Dedilhando mais do que a mente pretende revelar e ressalvando as partes que definitivamente o exporiam mais do que é desejável – num misto de atentado ao pudor seguido de uma corrida para encontrar uma peça de roupa que esconda a nudez. Como se as frases que se formam fossem uma corrida desenfreada para uma meta quando o pretendido é o gozo de um passeio conjunto, sem que qualquer meta se aviste.
O abrandar como forma de sustentação, a leveza do discurso como força motriz de um diálogo tão subtil que, aquando do ponto final, até o narrador fica pasmado com a alta rotação atingida. Como se o ralenti fosse uma mudança engrenada e as palavras fizessem tudo deslocar, sem que o autor se movesse. A beleza da inércia!
Assim era a dinâmica – 8/7/2024
