O abraço é longo e apertado e o beijo sentido e dado com carinho e saudade. O diálogo não é comprido e, no entanto, tudo é dito. A combinação é feita, por entre ameaças não bélicas, e sorrisos de dois personagens igualmente culpados por essa falha. As despedidas são curtas mas completas, porque as expressões faciais ameaçam ser toldadas pela humidade da beira-mar.
Uma caminhada que começa, sob a voz de incentivo de quem a termina, e o humilde narrador a limpar o cisco do olho que claramente afectou a visão. Um último olhar para o mar e a sua cadência – de quem ora chega ora parte, a constatação do cansaço da distância percorrida. A subida por ruas pouco habituais, evitando ruas imaturas, e a vontade de querer encontrar soluções para todos os que padecem de problemas.
O passo rápido até uma água das pedras fresca, sob o olhar atento da mesa do lado – que gentilmente cede um lenço de papel, para que as lentes dos óculos possam ser limpas das agruras da vida. A empatia na hora de agradecer e o “de nada”, retribuído pela criança presente na mesa, tão inocente perante tantas adversidades da vida.
Num domingo qualquer, sorrimos. – 30/6/2024
