O corpo acorda estranho e teima em não comunicar-te o que com ele se passa; numa espécie de “fazer caixinha” esconde-se – como se tivesse vergonha – e aguarda que sejas tu a depreender o que se passa.
Meio desorientado, e com um corpo que parece pesar mais do que a realidade, compras o jornal e instalas-te no sítio habitual para uma tranquila leitura. Relembras o porquê de escolheres a esplanada assim que um ser entra e empesta o ambiente com um cheiro de coco mais vincado do que um coco real.
O café e a água aterram na mesa sem que haja necessidade de os pedir e a leitura faz-se de forma célere e bastante tranquila. Levantas o corpo e sentes cada osso do corpo a queixar-se, temes o pior e apertas o casaco apesar dos 22 graus. Pagamento feito e há que percorrer os cem metros até casa, numa saga que mais parece que estás a subir ao pico do Evereste.
Tirada a temperatura constatas que estás com uma valente gripe e que o melhor é curá-la, antes da próxima incursão na sociedade. Os olhos doem e concordam, o edredão cobre-te e partes para o sonho de dias de convalescença.
Foi só um friozinho nos pés – 3/6/2024
