Hoje calhou ser o querer rever, o recordar os tempos de loucura juvenil em idade adulta. Foram cerca de seis quilómetros até chegar ao destino mas a sensação de dever cumprido era a faixa que simbolizava a minha meta.
Muito a correr, porque a meteorologia estava instável, apanhei o comboio e lá cheguei à “casa partida”, sem receber €2000, como no monopólio. Os primeiros passos foram de procura mas, uma vez descoberto o caminho, o ritmo manteve-se estável.
Por entre floresta e casas de verão, por terrenos abandonados com um pequeno barracão, eis-me a cumprir a distância que me separava da meta. Sempre atento aos detalhes, a fotografar os melhores momentos, a inspirar fundo os cheiros da floresta, das árvores plantadas nas casas, de tudo o que me rodeava.
A fotografar alguns pássaros e a ver outros a fugir da câmara, a tentar captar borboletas e a acabar por fazer piruetas numa perseguição inútil, a ser cumprimentado por quem passa e a devolver o cumprimento. A saborear cada pequeno detalhe e instante de uma caminhada longa mas muito recompensadora.
Amanhã um novo destino, ou desafio, com um rio bem conhecido e um trajecto que é sempre motivador. A olhar para dentro, investido em mim, com um sentimento de felicidade que ultrapassa largamente a quilometragem e que, a ser medido, teria que ser em gotas de lágrimas de alegria.
Doem-me os pés mas isso passa – 20/5/2024
