O estrondo.

Quando era puto, há muitos muitos anos, a sabedoria popular falava de dois jovens, pseudo-delinquentes, de nomes estrilho e estrondo. Diz a lenda que um dos seus famosos roubos foi a uma bomba de gasolina, de onde trouxeram um enorme número de rebuçados. A polícia, avisada para o crime cometido, chegou ao local e começou a seguir a pista do invólucro dos rebuçados e, onde o trilho terminava, bateram à porta e os dois suspeitos atenderam…

Ontem, recém chegado a casa e calmamente a beber uma mini, ouvi um estrondo e senti que as janelas iam saltar dos caixilhos. A janela pequena mostrava demasiada luz para a hora da noite e tudo se assemelhava a um avião a ser pressurizado de fora para dentro. Cinco minutos depois confirmei que afinal tinha sido um cometa, quando já começava a questionar a data de validade da cerveja…

A noite foi bem tranquila e só os pássaros é que me acordaram, pela manhã. Cumpridos os dez quilómetros habituais, com umas fotografias pelo caminho, lembrei-me que era domingo – esse dia eternamente perigoso, no que a romances diz respeito. Voltei a dar de comer à passarada e fiquei a ler o jornal sob o encanto da música que eles cantaram. Embalado num domingo perfeito!

Domingos de quase preguiça – 19/5/2024

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