Não posso ser acusado de interceder no caminho definido por outrem porque cedo montei a tenda para a habitual leitura matinal (mas agrada-me a tua maneira de pensar).
A percepção do falso passo, demasiado hirto e com uma fuga para a esquerda, mais não é do que o reflexo dado pela visão periférica do canto do olho esquerdo, com condimentos de fantasia e um aperto no peito (talvez a fantasia tenha deturpado tudo ou o assumir seja demasiado conveniente para ambos; até pode ser que seja cardíaco e tudo não tenha passado de um sintoma, sem necessidade de nitroglicerina debaixo da língua). Obviamente, a opção por um caminho tão alternativo, no momento de voltar, só agravou o aperto que, por essa altura, já tinha a audição e a visão em simultâneo. Confesso que tentei o olfacto, sem sucesso, e a salivação abundante foi o paladar de outrora a dar mostras de um saudosismo real, espontâneo e contra o qual nada pude fazer.
Embriagado em tudo o que acima foi exposto e completamente alheado de uma conversa que decorria na mesa, só posso afirmar: faltou-nos o tacto. Não deixes que falte também a comunicação, por favor. Bom fim de semana!
Não sou uma pedra no caminho – 19/4/2024