Pulsação cardíaca.

Era bom poder dizer que foi como um balde de água fria, mas não havia nada de frio na circunstância. Era bom poder mentir e dizer que tudo continuou igual, mas a inteligência emocional tomou conta da racional. Era bom poder afirmar que não senti nada, mas mentir nunca fez parte de quem sou.

É verdade que o havia sonhado, justamente esta noite, mas a realidade supera sempre o sonho não palpável. Os detalhes, que não revelo e invoco a intimidade como razão para o não fazer, eram exactamente iguais ao sonho mas, a emoção, colocou o batimento cardíaco muito para além do que havia sonhado. 

Fugi, como habitualmente, para o meu canto secreto e, revendo-te mentalmente, percebo o que o coração me transmite. A sensação visual e palpável dá-me uma certeza que jaz nas palavras mais íntimas partilhadas entre um casal – que não somos mas poderíamos ser, que não existe porque eu preferi sentir o doer. Estar errado dói…mas, acima de tudo, sou honesto comigo mesmo.

Numa qualquer manhã imaginada, com imensa falta de coragem â mistura – 13/4/2024

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