A batalha de uma vida.

De um lado – pesando uns valentes quilos cujo valor exacto prefere não revelar – estava o humilde narrador e do outro lado – com um peso ainda por apurar – um habitante do Atlântico que lutava por permanecer no seu lar e continuar a sua modesta vida, comendo umas tapas aquáticas, aqui e ali, evitando as mais brilhantes – que os peixes anciãos diziam “ser de morte”.

Entre os dois havia um pedaço de oceano e nenhum dos dois se encontrava disposto a ceder – o humilde narrador pretendia que o mar providenciasse uma refeição enquanto que a refeição pretendida lutava pela sua vida. Houve puxões, numa espécie de braço de ferro que só os profissionais da pesca entenderão, houve avanços e recuos – intercalados por lágrimas de esforço de ambos os lados, houve gritos de auto incentivo – sob a forma de borbulhas que saiam das guelras ou a plenos pulmões de um pescador que não cederia ao bicho.

No final, qual Highlander do mundo da pesca, só um poderia vencer. Apesar de não nos encontrarmos na Escócia o sentimento era frio entre ambos e, após um último esforço de parte a parte, só um venceu!

A imaginação de um peixe – 3/4/2023

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