Todos temos algo ou alguém que nos inspira, pela manhã, num cocktail semântico, que nos coloca no degrau mais alto de um pódio imaginário. Uns é o Jota, outros ouvem vozes, alguns possuem animais de estimação inusitados…eu tenho a companhia do Senhor Nash.
Aquando da mudança de apartamento, no dia 7 de Janeiro deste ano, e depois de uma semana a viver no enclave de Omonia, descobri que, sempre que usava o duche, se me juntava um irritante mosquito – mosquitinho, dada a pequenez do voador, apenas e só para marcar território.
Conforme o tempo foi decorrendo, e porque ele se tornou uma presença muito assídua e pontual, apelidei-o de Senhor Nash – por mais vezes que eu tentasse o homicídio qualificado do dito, com um belo de um jacto de água quente, ele voltava sempre, no duche seguinte.
Questionei-me se poderia existir o mais asseado dos mosquitos, e se o Senhor Nash seria o único exemplar. Ele usufruía de toda a minha parafernália de produtos de banho, era vítima de uma tentativa de homicídio voluntário (obviamente com dolo), e regressava sempre com o que me começou a parecer um sorriso.
Convivo com o Highlander dos mosquitos e ele nem sequer se digna partilhar a renda…temo que um dia ele grite “There can be only one!”
From Athens with love.
