Uma das primeiras preocupações, de qualquer expatriado que se preze, é a sincronia entre o intestino e o local onde agora se encontram. Em Portugal temos produtos lácteos maravilhosos mas que em nada se assemelham a uma República da Irlanda ou Grécia (são diferentes, não estamos a aferir qualidade).
Num país que deu a democracia ao mundo, nem a prisão de ventre é permitida! Numa dieta improvisada, que normalmente começa numa quinta-feira, eis o vosso humilde narrador a consumir iogurte, com nozes e mel, que nem um esquilo a almoçar com um urso, num planeamento cuidadosamente delineado, de maneira a ter um fim-de-semana de “plenos poderes”, sentado no trono, orgulhosamente obrando tudo o que a semana reuniu até então.
O poder de todo um filme de aventuras, que começa com o primeiro take e só termina após o herói principal desaparecer. Toda uma limpeza interior que supera qualquer meditação, os sons que se assemelham a taças tibetanas que, muito depois de manuseadas, prolongam o seu som até uma última vibração muito ténue. O amontoado de todas as virtudes e insucessos da semana para, com uma purga turbinada, enfrentar a nova semana.
O autoclismo que encerra todo o devaneio merdoso, enquanto o nadegueiro culpa o Gameboy pela baixa temperatura a que se encontra. Porque és um homem de prioridades, terminas o Super Mário em 45 minutos e, após uma cuidadosa limpeza de toda a zona de batalha, exclamas, enquanto gentilmente bates na barriguinha: Ahhhhhh
E sabes que estás pronto para um novo dia…
“Do not touch” must be one of the scariest things to read in Braille.