A folha que a planta largou.

A cara ligeiramente corada, um ar esbaforido, um sorriso tão bonito quanto os caracóis que ostenta. Era um dia frio e ela tinha tanto de elegante quanto de inalcançável. Parecia cansada e eu, que também não havia dormido muito bem, não dei grande atenção mas vi que sorria enquanto passava.

Talvez fosse eu a imaginar coisas, algo tão recorrente quanto recompensador, ou talvez ela fosse mesmo muito parecida com aquele amor perdido em Cork. Foi quando se sentou ao meu lado que percebi que sentia uma irrequietude em mim – algo tão completo, tão preenchedor e tão profundo que, sem saber nada dela, já só ambicionava saber tudo! Uma espécie de magnetismo animal que, traduzido em palavras, fica aquém da sensação vivida.

Hoje falamos, porque a situação no país dela está cada vez mais tensa e, sabendo nós de todo um passado de opressão, trocamos abraços envergonhados. Simples, para quem vê ao longe, profundo para quem executa! Recordamos a nossa viagem, os nossos tiques, o nosso toque e, envergonhados, despedimo-nos com um emoji amoroso.

Por caminhos gregos…

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