Identificados todos os especímenes de um bando de pardais é agora mais fácil descortinar cada um pelos diferentes tipos de voos – com a contribuição de columbófilos de toda a região, e num exercício de natureza empática – ou de empatia com a natureza, conforme prefiram ler.
As migalhas deixadas constituíam o alimento que não se podiam negar a bicar e, inevitavelmente, voltavam diariamente para alegria dos que preferem a paz do seu canto matinal. As manhãs começavam sempre com o chilrear envergonhado que, muito rapidamente, dava lugar a um cantar mais pujante e desavergonhado.
Os melros e o seu contraste de cores como exemplo da possibilidade de convivência entre pássaros que não são iguais, as gaivotas que não conseguem aterrar neste jardim mas defecam abundantemente os jardins vizinhos, o casal, de uma espécie que não identifico, que chega para aterrar na nespereira e deliciar-se com uma dieta de fruta.
A paz de olhar para o chaveiro de casa e constatar que há molhos de chaves que não voltarão e outros que deveriam voltar, a olhar para o canto da sala e sorrir – com a cadeira ao sol, o chapéu do Rio Grande do Sul. A ultimar a chegada de amigos do coração que merecem tudo o que tiver em mim para dar!
Retalhos de uma manta bem desenhada! – 17/4/2021
