Cansaço natural

O corpo vai-se afundando no cadeirão que nos acompanha desde tempos imemoriais e anteriores ao meu nascimento. Um cadeirão com mais de 50 anos, terá tido as suas mudanças de forro, que ostenta uma juventude que desmente qualquer tentativa de maioridade que lhe pretendam atribuir. 

Sinto que conheço todas as posições possíveis neste cadeirão – como se um cadeirão pudesse ser classificado usando um qualquer Kama Sutra do mobiliário…recordo inúmeros campeonatos do mundo de futebol em que este cadeirão era o craque da equipa mas a idade não perdoa e, apesar de todas as operações cosméticas, viu-se relegado para a “segunda casa”.

Confesso que, talvez de forma inconsciente, me adaptei a ter pouca roupa – se no retorno da Grécia havia duas malas já no retorno da Irlanda era só a mala de porão e a mala de cabine! (Convém explicar que eu vinha com uma “mala” vestida e a viagem foi uma boa gargalhada…cenas imaturas para poupar o dinheiro do excesso de peso imposto pela companhia aérea). A minha moda sempre foi curta de roupa mas animada na conjugação – soa a uma bela frase que explica a minha ineficácia para perder tempo com coisas que acho fúteis.

Espinho é uma tshirt, uns calções e umas havaianas…descer a 31 para chegar à 18, seguir e atravessar o parque da igreja, na 16 até à 23 de onde descemos até ao Bombar, tomamos café e seguimos para a descida em frente. De inverno uma ganga com um bom casaco permitem, igualmente com simplicidade, estar bem no meio ambiente.

Velhos são os trapos – 8/3/2021

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