Feliz Ano

Há quem faça grandes cálculos para aferir se o ano foi positivo ou não. Salvo o romance do ano passado, feito mais de impulsos do que pulsação, o ano foi de resistência à adversidade causada pela virose. Novamente aquele abraço, aquele beijo, aquele enorme gozo de sentir o corpo todo a vibrar na entrega, sem pudor ou qualquer tipo de defesa. Das mãos dadas até à dificuldade de comunicação – numa extraordinária coincidência com o passado – foi um ano de lamento amoroso mas de orgulho próprio extremo – pelo gozo que é saber passar tempo de qualidade comigo próprio.

Já me conheço há uns anos valentes – e a valentia advém da despreocupação e entrega. Consigo hibernar comigo próprio ao mesmo tempo que engrandeço o meu amor próprio, sem mudar de método, sabendo que o método resulta com poucas mas perfeitas – sempre foi assim, com amizades e amores e só assim se sente a plenitude em algo! (Minha modesta opinião). Em método vencedor não se mexe e é sempre mais recompensador ter um amor sincero a brincarmos aos médicos….

Debruçado na leitura, a música – salvo algumas músicas que ainda evito – como companheiros. O sorriso fácil, que faz regressar o antigo IKA, o jeitinho juvenil a atravessar a rua, o cumprimento simpático que me havia sido roubado, o sentimento de compaixão com o mundo e os seus habitantes. Sei que não sou o cidadão comum mas também consigo ser – simplesmente opto por defender os meus valores e princípios sem precisar de solidariedade ou aprovação social para o fazer.

Cedo aprendi a não me importar com o que os outros pensam – é a opinião deles e em nada afecta a minha. Nunca consegui aprender a não amar despreocupadamente e jamais tomarei tal como um erro. Gosto de entregar tudo, num exercício contabilístico sem deve ou haver. Se é verdade que os erros magoam a verdade é que os acertos compensam plenamente. Amizades recuperadas – as que interessam, obviamente, e outras enterradas bem mais fundo do que os habituais 6 pés de profundidade. Dias de alegria plena e noites de recolhimento. Muita saudade de uma amizade que nunca mais voltarei a encontrar mas cujos ensinamentos nunca caducarão em mim! Quem amo?! Os que me são mais próximos, obviamente!!!

Um ano de falta de esforço, eis 2020!

Dissertações sobre o autor – 31/12/2020

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