Ao contrário da jangada de pedra, o narrador navegava numa xanata maravilhosa, de um negro pronunciado e com a marca da xanata bem visível. Compradas em plena Copacabana e com percursos percorridos pela América do Sul e Europa, a xanata esbarrou numa pedra cujo discurso – pleno de promessas e oco de acção – se assemelhava a exactamente o mesmo percurso do ano passado e, segundo o Paulo Coelho “Quando você repete um erro, já não é mais um erro: virou uma decisão…”.
Alguém, que não Fernando Pessoa, escreveu “Pedras no caminho? Eu guardo todas.” e eu, que assumo gostar de ser diferente do cidadão comum, olhei demoradamente para a pedra e, constatando que seria a pedra que um pinguim escolheria para oferecer à amada (faz parte do ritual de acasalamento) – era esférica, achatada e de cores belíssimas…talvez a mais bela das pedras – atirei a pedra rente à água e, após 2 chapinhadelas na água, ela afundou…e tudo se assemelhou à vida real. Demasiado real…
Após a caminhada da manhã – que hoje foi para Sul – seguiu-se a caminhada para Norte e, após os cerca de 20 Km percorridos, a equipa estava pronta para o recarregar de energias que o jantar providenciou….favas, estavam deliciosas! As reuniões na sede do agrupamento religioso com fins lucrativos é agora proibida após as 20 horas e o povo reúne-se na sede do agrupamento maçónico – sem régua, avental ou esquadro. Dias de aprendizagem contínua, chutando todas as pedras sem magoar os transeuntes.
A doce alegria de saber que posso sempre contar comigo!
