Fim do purgatório

Escolhi o purgatório, baseado no Gil Vicente, pois na altura estava sentado ao contrário numa cadeira, numa clara alusão ao Pero Marques que foste obrigado a estudar. Condensei toda uma grande travessia de vida em textos, pessoas escondidas em animais e outros e muita natureza, sempre representativa de algo maior do que eu consigo imaginar e, no entanto, que quero concretizar! Sem parvoíces, apesar de inspirado pelo parvo de Gil Vicente, mas com muito humor e verdade. Sempre tentando elevar e nunca tentando destruir, a aprender lições de todas as experiências como lema!

Já decidi que só caso novamente em Ushuaia – para evitar muitos convidados e poder fazer grandes caminhadas – e a lua de mel tem que ser em Madagascar, para termos muitos lémures a rodear-nos – permitindo-nos gargalhadas fáceis – e um Índico maravilhoso, com tanto de misterioso quanto de profundo. Com longas caminhadas pela praia criada pela maré baixa, sempre atentos aos caranguejos, de mão dada e a sentir o outro. Atentos aos macacos que tudo roubam num piscar de olhos, olhando os buracos na areia e imaginando as feras que lá habitam.

Os dois, abrindo um novo caminho na areia húmida do Índico como outrora o fizemos no Pacífico ou Atlântico. Unidos por oceanos de cooperação, sem diferenças de temperatura, com ligeiras vagas amorosas e turbilhões de areia a fazerem-nos cócegas. Fazer os peixes corar de inveja do nosso amor, ver as escamas deles brilharem mais numa homenagem a nós.

Vou fazer uma sesta (acordar muito cedo dá nisto) e sonhar com isso – 15/6/2020

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