As grades são tudo o que me limita – as janelas que me impedem de voar, a porta que nos impede de sair, a TV e o seu discurso catastrófico – quanto a mim, ainda aquém do necessário (uma opinião pessoal), que nos dá um cenário dantesco, muito para além do que conseguimos imaginar e constatar.
Fujo da solitária cerca de 30 minutos por dia – aquém do confinamento na solitária de Rikers – que permite 60 minutos de pátio – para olhar o mar, após ter fugido de todos aqueles com quem me cruzei pelo caminho. Os olhares são desconfiados, as caras são de medo e o vírus continua a ser algo desconhecido.
Notícias de uma besta quadrada, que preside a um país da América do Norte, e que tenta, a todo o custo e com recurso ao “Almighty dollar”, comprar os estudos feitos por uma companhia Alemã em prol de uma vacina, para uso exclusivo no povo a que “preside” – quanto a mim o ponto mais baixo da humanidade mas, vindo de quem vem, não me espanta que se consiga “superar”. Os “familiares” dessa besta, que presidem aos destinos do Reino Unido e do Brasil, seguem-lhe os passos…
Medo do desconhecido? Todos temos, quando somos humildes ao ponto de o reconhecer. Tentar superar o desconhecido, através de iniciativas individuais, nunca superará a força do movimento colectivo (a vida tem-nos dado inúmeros exemplos). O meu grande medo, actualmente, é a falta de um grande líder mundial que consiga unir a humanidade face a uma das maiores catástrofes com que já se deparou.
Conspirações e afins são a justificação possível para quem acredita nessas teorias mas o facto é que lidamos com o desconhecido e os únicos dados que possuímos vão sendo transmitidos dos países mais afectados para os que serão afectados em seguida. Estamos a aprender conforme o tempo vai passando, conforme a virose vai evoluindo, conforme os mortos vão destruindo a nossa confiança e os pacientes recuperados nos dão alegria (apesar das fortes mazelas com que ficam).
E a economia? É talvez a justificação para a morosidade com que algumas nações enfrentam este flagelo – ninguém ousa sequer contabilizar os custos de algo assim até porque, nesta altura, tal seria considerado insensato. Não há material suficiente, não há conhecimento suficiente, há um esforço desmedido por parte daqueles que realmente dominam estes fenómenos epidémicos – contrariado por Governos mais preocupados com a economia e eventuais reeleições (a política é a verdadeira origem da palavra hipocrisia).
Saudades de um bom abraço, de um bom beijo, de fazer todas as coisas que nunca nos fazem falta – quando as temos – mas que se transformam em saudade, assim que a oportunidade de as termos desaparece…O humor tudo supera!
