Quando comemoras 5 meses e 2 dias num país que não é o teu tens tendência para já ter armazenado as diferenças mais significativas entre os dois povos – o teu e o do país em que te encontras. Sem laivos de superioridade, ou inferioridade, sem pretensões sequer de fazer a comparação. Simples constatações!
É óbvio que, sempre que tomas o teu café da manhã, há sempre alguém por perto a beber uma pint. Óbvio porque os turnos de trabalho também implicam trabalho nocturno e, obviamente, esses profissionais fazem-no no final do expediente. Sim…é óbvio que nem todos se encaixam no perfil, mas não vamos ser picuinhas!
Viver na Irlanda deve assemelhar-se muito a viver nos Açores. Há muita chuva, a humidade é sempre elevada, mas as paisagens compensam todo o incómodo do “inverno constante”. Há algo de muito castiço neste povo que é o fazerem exactamente o mesmo que os países quentes fazem no Verão…vestirem roupas de Verão. Olho para as montras e largo mais um espirro, sorrindo quando vejo a decoração de uma qualquer praia com imenso sol. Eis que passa mais um local, vestido com os seus calções e a sua t-shirt e eu, refugiado no meu casaco apertado, pergunto se haverá um calor que eu desconheça – no exterior do meu casaco. Não há!
A verdade é que basta afastarmo-nos alguns quilómetros de uma grande cidade e imediatamente percebemos o porquê da Irlanda. Campos de um verde puro, que só a natureza pode dar, como se fossem roupas deixadas na chuva para realçar as cores. As vacas têm um ar mais robusto e, após horas a pastarem, simplesmente deitam-se no campo e dormem. Os milhões de estrelas que conseguimos observar, assim que a noite toma conta do céu, são dignas de registo. Um registo que faço mentalmente, num constante alimentar da vontade de conhecer a natureza, cada vez mais e cada vez melhor.
A cerveja é boa, as paisagens são divinais, as praias são do mais bonito que tenho conhecido, o povo é amistoso e muito acolhedor. Porque esperam? Venham daí enquanto é Verão! 😉