Sorriso diário

Rotineiramente segues para o café matinal, o multibanco continua avariado e já tens uns três cafés no livro de calotes (não, aqui não utilizam a porta do frigorífico), o dia promete máximas de 16 mas já tens maturidade suficiente para não acreditar em promessas.

O trânsito é caótico, junto á câmara municipal, segues cuidadosamente entre a fila de carros que tenta circular por onde não há espaço, és cumprimentado e saudado por desconhecidos que te incentivam a prosseguir a tua marcha pela frente dos carros que conduzem e chegas, exactamente três minutos depois de teres partido, á paragem do autocarro.

Relembras que tens que interpelar o jovem que te arranjou uns filmes para veres pois tens apanhado uns sustos valentes em cada um deles. Sorris e questionas-te: o que seria da vida sem um pouco de emoção?

A tua amizade mais próxima e mais querida tornou-se tia-avó! E, sabendo tu que tens quase a mesma idade, sorris de maneira traquinas enquanto pensas que ainda não chegou a tua hora de teres tal honra. Sorris, num misto de quem não sabe o que sentiria mas sempre solidário com quem tem a felicidade de sentir. Recordas o 3 de outubro de 1999, quando te tornaste tio e concluis que deve ser uma sensação de felicidade semelhante.

Hoje tens a festa mensal dos expatriados e já sabes que vais percorrer muitos edifícios históricos de Cork (nome de código para Pubs). Vais conhecer pessoas novas e diferentes e ouvir a sua história de vida. Como és sempre indiscreto, muito provavelmente abandonarás os que nada acrescentam para te juntares aos que mais te ensinam. Aquele dia de escutar os outros que tu tanto aprecias.

Aquele abraço.

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