Lembram-se dos 2 marretas, no balcão do teatro onde os restantes marretas actuavam? Eles eram grandes amigos, apesar do humor de ambos ser diametralmente oposto – uma espécie de dueto, em que um conta uma piada da qual se ri e o outro, na tentativa de superar a piada de que não se riu, tenta uma piada ainda mais decadente. Há inclusivé um episódio em que um deles pensa que o outro saltou do balcão…tal a intensidade da “piada”.
Transpondo para os dias de hoje: imaginemos 2 Irlandeses e um Americano que se sentam na mesma fila. E agora, imaginemos por momentos que eles se consideram pessoas detentoras de um humor superior – de um cariz tal que só mentes muito brilhantes poderão entender. Continuemos a imaginar e coloquemos o vosso humilde narrador na fila atrás desses personagens e que, após umas semanas a rir-se sozinho, resolve participar do humor sem sentido que é debatido na referida fila.
O humor corrosivo irlandês, complementado pelo humor que é causado pela constante correcção que o Americano faz da pronúncia do vosso humilde narrador, sem que humildemente reconheça que não passa de um produto de origem numa conquista Inglesa, mais tarde, descartada por ser longínqua demais para explorar.
São assim os dias que o vosso humilde narrador passa, enquanto trabalha, apreendendo os vícios e costumes de quem o rodeia e do que o rodeia. Atento a tudo, escolhendo o que mais aprofundar, envolvido na natureza singular deste país maravilhoso que é a Irlanda. Se precisarem de motivos para uma visita, deixo-vos uma dica muito importante: tragam guarda-chuva mas venham com a visão preparada para ser deslumbrada pela beleza que, constantemente, vos vai rodear: beleza humana, beleza natural, beleza sarcástica mas com um grande sentido de humor.
Habemus risum!