It’s a brave new world…

Aproxima-se a hora do exame final, roem-se as unhas, o esfincter está apertado e há uns suspiros que escapam. Conheces em quase 2 semanas mais pessoas do que normalmente cumprimentas na tua cidade – talvez não seja bem assim porque a tua cidade é pequena e conheces muita gente – mas dá uma visão melhor do cenário.

Aprendeste detalhes que não conhecias, aprofundaste outros que já dominavas e, acima de tudo, conheceste pessoas tão semelhantes a ti que te arrepias de cada vez que se encontram – e são realmente muitas vezes sem nunca serem demasiadas. Um desequilíbrio que te dá o equilíbrio perfeito.

Perdes-te na cidade e achas monumentos que ainda não conhecias, trocas os horários e conheces pessoas que o acaso não permitiria que conhecesses, andas de baloiço no emprego como parte integrante da gestão de stress.

Dás um aperto de mão e és acusado, de uma forma fraternal, de agressividade excessiva, mas nenhum dos dois envolvidos apresenta queixa às autoridades competentes. Comes umas asas de frango quando sempre adoraste peitos de frango e tens evitado asas desde que te conheces.

Procuras um tecto onde ficar e descobres que há uma procura quatro vezes superior à oferta. Cada apartamento que visitas tem filas de pessoas para fazerem exactamente o mesmo que tu…dar uma vista de olhos e decidir se há interesse ou não em arrendar…fazem uma lista e o senhorio decidirá quem obtém o bilhete premiado para ter um tecto (frutos da crise imobiliária que arrasou a Irlanda).

Sorris, porque sabes que é o gesto mais bonito que tens em ti, com aquele ar matreiro e de maroto que nunca se perdeu e sempre se soube achar. Vês mais um monumento e constatas que continua a chover (algum dia terá parado?) e continuas pelo passeio a sorrir por entre uma sociedade de cómicos, bastantes trabalhadores, que te sorriem de volta.

Tenho que conhecer este país muito bem – Promessa de expatriado a 30 de Março de 2017

 

Deixe um comentário