O jogo de futebol…

Imaginemos por momentos um jogo de futebol, em plena adolescência, em que sofremos uma mazela da qual, fruto da adolescência, recuperamos sem nunca perder a memória dela. Continuamos a praticar o desporto, visitamos várias equipas, ganhamos e perdemos jogos, sem nunca perder de vista a mazela que nos fica na memória…

Tratamos a mazela por tu – porque foi a primeira – e vamos jogando cada jogo futuro de maneira a adaptarmos a inevitável corrida da idade ao jogo dos mais jovens que aparecem para jogar o jogo. Usamos a experiência ganha em longas horas de prática para superarmos, quando conseguimos, a rapidez com que a juventude nos tenta ultrapassar – aprendemos a posicionar-nos de maneira diferente, as movimentações são mais lentas mas mais precisas e conseguimos manter um alto nível de jogo.

Imaginemos agora que deixamos de ver o adversário especifico dessa mazela por alguns anos e, quando somos confrontados com o mesmo, temos sempre uma quebra anímica que nos pode levar a acidentes como cair pelas escadas abaixo de um local público após termos proferido uma frase de força dizendo “esse adversário não me afecta, já o ultrapassei na minha memória”.

Passados uns anos, de comum acordo, encontramos esse adversário e vamos novamente a jogo. A mazela está no subconsciente, o jogo começa de maneira muito mais pausada, mas rapidamente evolui para o mais bonito dos jogos…

Agora imaginemos que a mazela não o é! Imaginemos que se trata de alguém muito apaixonante! Imaginemos que o jogo de futebol é a vida. Imaginemos que o posicionamento não é mais do que o inevitável reencontro. E vamos a jogo não para ganhar mas no maior jogo de solidariedade da vida – que é o amor – e o resultado final é aquilo que os dois quiserem!

Há coisas que só a imaginação pode explicar… – 22/12/2016