O rumor ajuda a criar o estereótipo conforme aquele que o difunde – resta ao receptor ter a inteligência, caso a pretenda e saiba usar, de confirmar se a ideia que lhe é dada corresponde à realidade ou é apenas a ficção de alguém a denegrir outrem (o inverso – de criar uma pessoa fantástica que é apenas vulgar – também existe).
Vivemos – infelizmente – rodeados de pequenos episódios que têm o mais relevante dos dons: revelam-nos as amizades com que podemos contar e, com a mestria de um Poirot dos tempos modernos, podemos deslindar o mistério por trás de uma realidade que não corresponde à do sujeito(a) em questão. Basta, reforço a ideia, colocar a cabecinha a pensar.
Viver fora de casa durante 18 meses obrigou-me a recriar toda uma nova atmosfera num país diferente. Pese a barreira linguistica, a verdade é que consegui fazer grandes amigos e, usando a mente que foi feita para pensar, evitar todas as pessoas que se constituíam como um obstáculo ou que queriam ser um obstáculo – sem violência, apenas evitando…é muito mais fácil do que aquilo que parece!
É com enorme prazer que vejo que alguns desses amigos voltam para me visitar! Para mim é um sinal de gratidão e que o algo que a minha amizade lhes tenha valido é agora recompensado com uma alegre presença. Dá vontade de encher o peito de ar de orgulho e sorrir para o mundo – como se fosse um escuteiro após ter cumprido a sua boa acção do dia.
Os amigos que cá deixei contam-se pelos dedos da mão e, salvo a família que é a nossa maior riqueza, dou por mim a recordar sempre os mesmos: com um enorme orgulho e com a dúvida: porque é que me aturam?!?! 🙂 Obviamente é sempre com eles que partilho o meu tempo! Debatemos tudo…do útil ao inútil sem nunca esquecer a nostalgia de outros tempos: seja no muro da esplanada de Espinho, seja numa esplanada em Atenas!
Achei que a amizade era o melhor dos tópicos para vos desejar a todos um Bom Natal.