Não faço ideia como começou mas houve empatia. Trocamos imensas mensagens triviais de conteúdo mas divinais de paixão. Talvez as palavras não correspondessem aos actos mas era só de palavras que se tratava e se havia algo que ele pretendia era passar das palavras aos actos – sem conotações sórdidas. Aos actos belos que o ser humano tem: ao abraço bem apertado, às carícias bem direccionadas, aos beijos bem impetuosos, aos olhares que, para além de cativarem, demonstram que todas as defesas estão em baixo e a entrega a outrem é total.
A ausência física era obviamente o maior dos entraves – superada esporadicamente pela comunicação via internet em que duas faces se podem olhar, trocar impressões mas as emoções ficam reféns do canal que não permite que elas sejam transmitidas de maneira tão adequada quanto a presença física. Talvez sirva como uma espécie de catalizador para uma chama que tem que ser consumida muita em breve ou extinguir-se-á por falta de oxigénio…
Houve juras de amor e futuro, de partilha e solidariedade, de caminho de mãos dadas em direcção ao pôr do sol…tudo. Houve zangas e atritos, desavenças e mal entendidos, tudo! Como se de algo presencial e verdadeiro se tratasse e pudesse ser desenvolvido de maneira a tornar permanente a presença num futuro próximo.
De repente o contacto cessou! Os email’s deixaram de chegar, o envio deixou de ser possível e toda e qualquer tentativa de aceder a um website tornou-se impossível. Seria este o trágico fim de tudo?
Devia ter pago a conta da Internet…