Se o hábito de viajar de madrugada já se enraizou nada fazia prever aquela chegada…ao lado da Mãe estava o jovem com quem diariamente falo via Skype mas…da mesma altura da avó! O que havia acontecido ao jovem que eu havia visto no natal passado? Cresceu o gajo…
O jovem alto abre a boca e, num misto de voz de criança e voz rouca de adolescente, exclama “Pai”! Sei agora que se trata do meu filho, com mais 10 centímetros de altura e um “problema” de voz que claramente indica que o menino ficou para trás e agora o homem é quem mais ordena! É obvio que chorei…seria insensato e insensível não o fazer…e fui obrigado a percorrer a lateral do Aeroporto de Pedras Rubras para ter tempo para recuperar. O abraço foi longo e bem apertado e com umas achegas juvenis – discretamente tossidas – com as palavras “Pai, controla-te que há gente a ver”! Explico que os aeroportos são talvez dos pontos de encontro em que a sensibilidade está mais “à flor da pele” e continuamos, de mão dada, até à entrada das chegadas.
Espirro mal passo a porta e me encontro no exterior e exclamo “Maravilha, está fresco!” – vinha com esta ideia na cabeça – a de ter uns dias de frescura face às altas temperaturas diárias de Atenas em que o pós laboral é passado em exercícios para refrescar o corpo e a mente. Respiro o ar de Pedras Rubras e vamos para o estacionamento. Regressamos a Espinho e o jovem da voz “alterada” já quer ir no banco da frente…
A agenda de um expatriado assemelha-se muito à de um Garcia Pereira em tempos de casos bombásticos – salvo os Panama Papers que nunca mais ouviu falar – e a chegada é celebrada com um mergulho na Praia das Sereias – ao Pai falta-lhe a adaptação mas ao filho não falta a genica para mais mergulhos…o Pai tenta acompanhar mas depressa vê que já está com “pele de velhote” e frio…seca-se enquanto observa o filho a dar mais uns mergulhos entre palavras de gozo por uma água que ele diz “estar quente”…
Adorei ver o meu irmão soprar 55 velas – haja fôlego – e poder celebrar o casamento de uma prima muito querida na companhia de toda a família. Uma noite e manhã memoráveis na companhia do melhores e dos que nos são mais queridos – Bem haja “Tio Paulo” pelo atenção ao detalhe num casamento de perfeita comunhão de famílias e amigos. Muito obrigado.
Enquanto preparo a mochila para o regresso esboço sorrisos pelos bons momentos que muitos de vocês me providenciaram. Sem dúvida que o tempo é o nosso bem mais precioso e é preciso ter a maturidade suficiente para saber sempre com quem o queremos passar. Obrigado a todos.
É chegada a hora de um último mergulho, da Francesinha, uns finos e…aviões. Sem turbulências e com muito vento a favor certamente estaremos juntos em breve.
As maiores felicidades a todos. Um brinde bem alto. Cheers!
Porque o sonho comenda a vida…27/7/2016